Formação de classes de equivalência
O objetivo desta etapa foi estabelecer classes de equivalência que incluam fotos de faces na mesma classe de fotos de itens altamente preferidos (avaliados individualmente para cada criança). Foi utilizado o procedimento informatizado de emparelhamento ao modelo com atraso através do software PCR (Programa de Contingências de Reforço) ou sessões manuais de emparelhamento ao modelo. Foram apresentados 2 conjuntos de 2 estímulos para treino de discriminações condicionais por identidade: A (A1 - uma foto de face humana em posição frontal, com expressão neutra e A2 - uma foto de paisagem sem presença humana); B (B1 – uma foto de personagem infantil e B2 – uma foto de um item neutro). A Figura 1 exemplifica a formação dos conjuntos.
Estímulos
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Conjuntos
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A
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A1
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A2
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B
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B1
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B2
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Figura1. Exemplo de estímulos dos Conjuntos A (A1 e A2) e B (B1 e B2).
O procedimento da formação da classe de equivalência foi dividido em 4 fases. Cada sessão foi composta de 12 a 32 tentativas, apresentadas por ordem semi-aleatória e possui critério de desempenho mínimo de 90% de acertos na sessão.
Fase 1. Composta por sessões de discriminação de identidade de emparelhamento ao modelo AA, cada tentativa no PCR se iniciava com a apresentação de um estímulo modelo (por exemplo A1) na tela do computador. Respostas de tocar esse estímulo modelo produziam a apresentação de dois estímulos de comparação (A1 e A2) em posições randomizadas na tela a cada tentativa. Respostas de tocar no estímulo referente ao modelo (A1) foram reforçadas com vídeos altamente reforçadores e estímulos tangíveis/comestíveis de preferencia do participante (R1) e se encerrava a tentativa. Respostas ao outro estímulo encerravam a tentativa sem reforçamento e se iniciava uma nova tentativa, sem intervalo entre tentativas programados.
O mesmo procedimento foi realizado com toda tentativa de treino, com os estímulos modelo e de comparação, bem como os reforçadores correspondentes, como exemplificado na Figura 2.
Figura 2. Contingências específicas de desempenho. Os conjuntos de letras e números (A1, A2, B1 e B2) exemplificam unidades comportamentais de quatro termos que podem resultar dos treinos de AA e BB. Estímulos modelos são ilustrados à esquerda das linhas verticais, e exibidos simultaneamente estímulos de comparação à direita das linhas verticais. A seleção das respostas de comparações são mostrados por “R” dentro do círculo. Os estímulos selecionados como reforçadores são representados por R1 e R2.
As relações A1A1 e B1B1 foram reforçadas pelo mesmo conjunto de reforçadores (R1 – vídeos, comestíveis e reforço social). As relações A2A2 e B2B2 foram reforçadas com outro conjunto de reforçadores com menor magnitude (R2 – vídeos, comestíveis e reforço social).
Fase 2. Aprendidas as relações AA (A1A1 e A2A2), foram ensinadas as relações BB (B1B1 e B2B2) por meio do mesmo procedimento de treino.
Fase 3. Iniciava após o critério de no mínimo 90% de acertos serem atingidos nas Fases 1 e 2, e era composta por sessões contendo os conjuntos A (A1A1, A2A2) e B (B1B1 e B2B2).
Fase 4. Consistia no teste para avaliar se as relações emergentes estabelecidas são relações de equivalência AB (transitividade). O teste de emergência de discriminação condicional arbitrária de emparelhamento ao modelo AB ocorreu por meio de tentativas de sonda das relações condicionais A1B1 (personagem preferido e figura de face) e A2B2 (item neutro e figura de paisagem). A sessão foi composta por 18 tentativas, doze de linha de base (3 de cada discriminação: A1A1, A2A2, B1B1 e B2B2) e seis de sonda (3 de cada discriminação: A1B1 e A2B2). Não havia reforçamento programado para a primeira tentativa de cada sonda, somente as seguintes. Respostas de tocar no estímulo referente ao modelo A1 (S+ B1) foram reforçadas com vídeos altamente reforçadores e estímulos tangíveis/comestíveis de preferencia do participante (R1) e se encerrava a tentativa. Respostas de tocar no estímulo referente ao modelo A2 (S+ B2) foram reforçadas com vídeos reforçadores e estímulos tangíveis/comestíveis de preferencia do participante, porém de menor magnitude (R2) e se encerrava a tentativa. Respostas ao S- encerravam a tentativa sem reforçamento e se iniciava uma nova tentativa, sem intervalo entre tentativas programados.
Se o participante atingisse critério na Fase 4, ele faria uma nova sessão da Fase 3 e após atingir critério iria para a Fase 6.
Fase 5. Caso o participante não atingisse o critério de aprendizagem das relações arbitrárias AB, na fase anterior, ele faria o procedimento da Fase 5, que correspondia ao treino das relações A1B1 e A2B2 juntamente com o treino da linha de base AA e BB, conforme a Fase 3, porém com todas as tentativas corretas sendo reforçadas. Atingido o critério se iniciava a Fase 6.
Fase 6. Compreendia no último teste do procedimento de classe de equivalência de estímulos para avaliar se as relações emergentes estabelecidas são relações de equivalência BA. O teste de emergência de discriminação condicional arbitrária de emparelhamento ao modelo BA ocorreu por meio de tentativas de sonda das relações condicionais B1A1 (Figura de Face e Personagem preferido) e B2A2 (Figura de Paisagem e Item neutro). Assim como na fase 4, a sessão foi composta por 18 tentativas, doze de linha de base AB (6 de cada discriminação: A1B1 e A2B2) e seis de sonda (3 de cada discriminação: B1A1 e B2A2). O procedimento foi idêntico ao descrito na Fase 4 (Teste AB) exceto pelas relações testadas B1A1 e B2A2.
Fase 7. Caso o participante não tenha atingido o critério de aprendizagem das relações BA, na fase anterior, eram realizados treinos das relações B1A1 e B2A2 juntamente com o treino das relações AB.
Como alternativa ao modelo informatizado, foi utilizado o mesmo procedimento realizado em uma mesa com estímulos 2D, sendo que as respostas de entregar para o experimentador o estímulo de comparação referente ao modelo foram reforçadas. O procedimento de treino, teste e reforçamento permaneceram os mesmos descritos nas fases acima. A escolha do modelo utilizado dependeu das características e desempenho de cada participante.
Após o treino foram reaplicados os procedimentos para Sonda descrito nos itens 1, 2 e 3 do método.
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