Diagnóstico da EJA
Segundo Ortiz (2002), todos os adultos, quando se integram a programas de educação básica, têm uma idéia do que seja a escola, apesar de um passado e uma experiência desastrosa. Lembra-se da escola com carinho e sentem, com pesar, o fato de terem-na abandonado, ou de nunca terem tido a chance de freqüentá-la.
Não se pode refletir sobre a Educação de Jovens e Adultos sem relacioná-la diretamente à forma desigual como a sociedade está estruturada.
Os cursos de alfabetização de adultos existem, exatamente, pela falta objetiva de oportunidades educacionais que garantam às crianças o acesso à escola, bem como à sua permanência, haja vista os altos índices de evasão escolar.
As dificuldades sociais, vivenciadas por parte dos alunos, afastam-nos da escola, pois não a encontram voltada a sua realidade e; sem expectativa de progressão social, intelectual e cultural, abandonam os estudos.
As recriminações, a exclusão, os ataques à auto-estima e o desrespeito vivido dentro do sistema escolar também são freqüentes responsáveis por esse fracasso.
Aqueles, que já passaram pela escola, são portadores de uma história escolar marcada pelo fracasso, por incompetência da escola em não saber atender à necessidade do
aluno.
Sendo assim, a falta de conhecimento do professor da EJA de como o sujeito constrói seu conhecimento também dificulta o conhecer dos seus alunos e continua julgando o que desconhece.
Desafios da EJA
A escola precisa trazer para dentro dela as situações próprias do contexto cultural, mas, trazer, simplesmente, situações de vida para a escola não garante a qualidade da educação. Logo, o ensino deve adaptar-se às condições do progresso científico e preparar inovações, tudo aquilo que é necessário à construção de uma consciência crítica e moral.
A escola tem trabalhado, de forma básica, na transmissão de conteúdos que, se forem tratados, simplesmente, como informações, não levarão o aluno a operar sobre eles para chegar a uma compreensão. Poderemos, então, dizer que a situação escolar, em especial, se tratando de educação de adultos, é uma educação tradicional.
Sob ponto de vista do desenvolvimento, a escola está despreparada teórica e praticamente para enfrentar o problema da educação para todos.
Há, nesse momento de busca, a necessidade de se olhar o presente para se definir o futuro.
Sofremos todos a crise de paradigmas da educação; e em geral crise exemplificada pelo fracasso da maioria dos programas de alfabetização.
Podemos afirmar que crise, incerteza e fragmentação também atravessam outros campos e determinam boa parte dos discursos atuais. Diante de tantas dificuldades, a solução está num maior desenvolvimento do sujeito e do próprio sistema educativo.
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