Aprofundar maneira tradicional de ensino: O conhecimento científico está acabado, absoluto, verdadeiro.
De acordo com TRABALHANDO COM A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE ALUNOS E PROFESSORES, publicado pelo MEC, temo que a:
“Na concepção tradicional, o conhecimento é visto como sendo inerente ao objeto a ser conhecido. Conhecer é desvendar, neste objeto do conhecimento, a verdade nele presente.
Nesta concepção, o conhecimento não muda a menos que o objeto do conhecimento mude.
Como o objeto do conhecimento raramente muda o conhecimento dele também pouco muda.
Dentro desta visão, pouco ou mesmo nada importa o papel daqueles que pretendem conhecer este objeto. O subjetivo é desconsiderado.
Uma das conseqüências dessa atitude é trabalhar apenas com duas categorias de conhecimento: o certo e o errado. Certo é o conhecimento que expressa fielmente o objeto estudado e errado é aquele que não o faz.
Quando o aluno tenta responder perguntas de uma prova com as suas próprias palavras, muitos professores vêem nisso um sintoma de falta de estudo. Preferem que a resposta seja dada da forma mais próxima da que está no livro adotado. Com isso, livram-se do trabalho de ter que acompanhar o raciocínio do aluno e concluir se aceita ou não a resposta dele como certa.
Muitas vezes acontece que o critério para a inclusão nessas categorias de certo e errado nem sempre é lógico, científico e, às vezes, nem está ligado ao conhecimento.
É considerado certo porque está publicado e errado por que não está.. Outras vezes porque “deu” na televisão ou no rádio. É extremamente valorizada a “autoridade” de quem escreveu ou disse. Algumas vezes obedece a certa lógica de competência, como a do médico falando sobre saúde ou do advogado sobre as leis; outras de motivos aleatórios e até preconceituosos do tipo: é homem, é rico ou é o chefe.
O pior disso tudo é favorecer uma atitude equivocada frente a qualquer coisa que se pretenda conhecer. Há a crença de que existe apenas uma forma certa de conhecer e, por decorrência, todas as outras são erradas. Como ninguém quer conhecer a forma errada, a tentação é procurar o conhecimento considerado certo, que normalmente está nos livros didáticos ou na cabeça do professor, e memorizá-lo. Isto parece afastar a insegurança de estar errado. No entanto, esta atitude além de enganosa, porque o que está no livro ou na cabeça do professor pode estar errado, impede que se use o próprio discernimento, raciocínio e julgamento para conhecer o que precisamos.
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