Role-play com um colega para praticar o questionamento socrático e a geração de alternativas racionais
Faça com seu paciente. Incentive-o a pensar como um cientista ou um detetive ao examinar diferentes maneiras de enxergar a situação. Instrua o paciente sobre a técnica do brainstorm
Identificação de Erros Cognitivos
Sugestão de leitura para o paciente sobre erros cognitivos: A Mente Vencendo o Humor (Greenberg e Padesky, 1996; (Artmed, 1999)
Explicar erros cognitivos em terapia, usando exemplo do próprio discurso do paciente
Exame das evidências
Pensamento Automático:
Vou perder meu emprego.
Evidências a favor do PA:
A produtividade da minha linha de produção caiu
Recebi uma advertência
Não atingimos nossa meta
Evidências contra o PA
1. A fábrica já está com poucos operários; eles não vão mandar mais gente embora por enquanto
2. Estou lá há dez anos e minha ficha é boa
3. Não estamos muito atrás nas metas de produção
4. A empresa não tem um histórico de demissão de pessoas sem uma boa razão
5. Ninguém me falou nada sobre perder meu emprego
Erro cognitivo: Ignorando as evidências
Tive somente uma chamada de atenção em 10 anos.
Pensamentos alternativos:
É improvável que eu perca meu emprego.
Eles não vão me demitir.
Eles estão tentando ver como melhorar a produção.
Vídeo 10 – Examinando as evidências
Descatastrofizando
Cenário da pior hipótese
Vídeo 2
Descatastrofizando
- Faça uma estimativa da probabilidade de ocorrer um resultado catastrófico, pedindo ao paciente para classificar sua crença em uma escala de O a 100%.
Anote as respostas
Avalie as evidências contra e a favor de ocorrência do evento. Monitore a ocorrência de erros cognitivos e utilize o questionamento socrático para ajudá-lo a discriminar entre temores e fatos
Descatastrofizando
Revise a lista de evidências e peça ao paciente para refazer as estimativas da probabilidade de ocorrer uma catástrofe
Avalie a percepção do controle, pedindo ao paciente para classificar até que ponto acredita ter controle sobre a ocorrência ou o resultado do evento. Anote
Descatastrofizando
Crie um plano de ação, fazendo um branstorm das estratégias para redução da probabilidade de que a catástrofe ocorra.
Colocar no papel.
Descatastrofizando
- Desenvolva um plano para enfrentar a catástrofe, caso ocorra
- Reavalie a percepção da probabilidade do resultado catastrófico, bem como o grau de percepção do controle sobre o resultado.
- Compare-os com os originais e discuta as diferenças
- Faça uma análise, perguntando ao paciente como foi falar sobre seus pensamentos catastróficos dessa maneira. Reforce esse processo.
Reatribuição
Atribuições são os significados que as pessoas dão a eventos de sua vida
3 dimensões de atribuições distorcidas.
1. Interno X externo – Pessoas deprimidas tendem a internalizar a culpa e a responsabilidade por resultados negativos
2. Geral X específico – Na depressão, as atribuições serão mais provavelmente devastadoras e globais do que específicas a um problema
3. Invariável X variável – Os deprimidos fazem atribuições que são invariáveis e preveem pouca ou nenhuma mudança
Atribuições mais saudáveis
Questionamento Socrático
RPD
Exame das Evidências
Gráfico com as dimensões das atribuições
Brainstorm
Perguntas para se obter outras perspectivas do problema:
E quanto a outras pessoas que poderiam influenciar a situação? Parentes? Amigos?
E o papel da sorte ou do destino?
Pode ser genético?
E o chefe no trabalho?
E o casamento como vai?
Gráfico com as dimensões das atribuições
Pressões no trabalho 20%
Pais da esposa 20%
Eu 20%
Finanças 10%
Casamento ruim 20%
Ensaio Cognitivo
1. Pense sobre a situação com antecedência
2. Identifique possíveis PANs e comportamentos
3. Modifique os PANs fazendo RPD ou outra técnica da TCC
4. Ensaie o modo mais adaptativo de pensar e se comportar em sua mente
5. Implemente a nova estratégia
6. Ensaiar o novo plano na sessão
Vídeo 11 – Ensaio Cognitivo
Cartões de Enfretamento
Escolha uma situação que seja importante para o paciente
2. Planeje intervenções na terapia com o objetivo de produzir um cartão de enfrentamento
3. Avalie se o paciente está pronto para implementar estratégias com um cartão de enfrentamento. Não tente fazer muita coisa rápido demais. Comece com uma tarefa administrável
Cartões de Enfrentamento
4. Seja específico na definição da situação e dos passos a serem seguidos para lidar com o problema
5. Filtre as instruções até a sua essência. Instruções facilmente memorizadas tem maior probabilidade de se solidificar
6. Seja prático. Sugira estratégias que tenham alta probabilidade de sucesso
7. Defenda o uso frequente do cartão em situações da vida real
Exemplo de Cartão de Enfretamento
Situação
Executivos da empresa estão chegando para fazer um levantamento de nossos problemas de produção
Estratégias de enfrentamento:
Lembrar a mim mesmo
- Estamos muito próximos de atingir nossa meta de produção
- Outros grupos de trabalho em minha fábrica estão piores do que nós
- Eles não estão preocupados comigo. A pressão cairá sobre meus chefes
- Eles só vão fazer uma ou duas perguntas. Eles não vão me interrogar
Bibliografia
Terapia Cognitiva-Teoria e Prática Judith Reck- Artmed
Aprendendo a Terapia Cognitivo-Comportamental. .lesse H. Wright et al. - Artmed
A Mente vencendo o Humor. Christine Padesky, Artmed
Terapia Cognitivo-Comportamental na Prática - Donna M. Sudak. Artmed
Terapia Cognitivo-Comportamental
Avaliação Inicial 1ª. Sessão
Eliana Meicher Martins e Lina Sue Matsumoto
OBJETIVOS GERAIS
PSICÓLOGO
Identificar os problemas do paciente (queixa principal: O que te trouxe aqui?)
Promover empatia (ALIANÇA TERAPÊUTICA)
Verificar quais os procedimentos da TCC serão utilizados no tratamento (Protocolo)
Base para avaliar a eficácia do tratamento (Meta).
PACIENTE
Conhecer o trabalho do Psicólogo
Avaliar empatia com o profissional e com a abordagem oferecida (TCC).
OJETIVOS CENTRAIS DA TCC
Identificar sintomas e conceitualizar cognitivamente o problema de um paciente.
Desenvolver e implementar um plano de tratamento
Progressivamente:
Restaurar a FLEXIBILIDADE COGNITIVA
Promover a REESTRUTURAÇÃO COGNITIVA
Promover a generalização e manutenção dos ganhos com a terapia
Desenvolver habilidades de RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
PREVENIR RECAÍDAS: conduzir programa de follow-up
Tornar o paciente autônomo para o exercício das habilidades adquiridas no processo clínico, no menor prazo de tempo possível
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Cadastro de dados gerais
Agenda
Checagem do humor
Relato breve da demanda
Psicoeducação sobre o problema do paciente
Explorar áreas da vida e auto-conceito
Colocar o problema do paciente dentro do odeio cognitivo
Apresentar os princípios da TCC
Verificar as expectativas do paciente
Dar um resumo da sessão e pedir feedback
Fechar contrato terapêutico
AGENDA
1. Tempo de sessão: aprox. 1:00 h
2. Apresentar Estrutura da Sessão
ESTRUTURA SIMPLIFICADA
Cadastro e Aplicação de 3 escalas (BDI?BAI?BHS)
Feedback do Psicólogo sobre as escalas
Resumo da Demanda
Exploração de área da vida e autoconceito
Explicar o Modelo Cognitivo
Contrato Terapêutico
CADASTRO
Nome:
CPF:
E – mail:
DDD + Telefone fixo
Crie uma senha:
Confirme a senha:
Endereço/No.:
Complementos:
CEP:
Bairro:
Cidade:
Estado:
País:
Desejo receber notícias e promoções da loja
Gravar cadastro
Limpar formulário
CHECAGEM DO HUMOR
1. Apresentar e aplicar as Escalas de Beck
BDI – Escala de Depressão (Beck Depression Inventory) (Mede a intensidade da depressão)
BAI – Escala de Ansiedade (Beck Anxiety Inventory) (Mede a intensidade da ansiedade)
BHS - Escala de Desesperança (Beck Hopelessness Scale) (Medida de pessimismo - indícios sugestivos risco de suicídio)
BSI - Escala de Ideação Suicida (Beck's Suicidal Ideation Scale)
(Detecta a presença de ideação suicida — mede extensão da motivação e planejamento)
Dar feedback dos resultados dos inventários
BDI - ESCALA DE DEPRESSÃO - (Beck Depression lnventory)
1. Faixa Etária: 17 a 80 anos
2. Contém 21 questões sobre diversos sintomas depressivos: irritabilidade, cognições de culpa e punição, sintomas físicos de fadiga, alterações de apetite, sono, etc.
3. Período de tempo: última semana
4. Escores: cada resposta com valor de O a 3 .
5. Resultados:
O - 13 = Depressão MÍNIMA
14 - 19 = Depressão LEVE
20 - 28 = Depressão MODERADA
29 - 63 = Depressão SEVERA
BAI ESCALA DE ANSIEDADE - (Beck Anxiety inventory)
1. Faixa Etária: 17 a 80 anos
2. Contém 21 questões sobre diversos sintomas comuns em ansiedade
3. Período de tempo: última semana
4. Escores: cada resposta com valor de O a 3 considerando-se a intensidade da ansiedade
5. Resultados:
O - 7 = Ansiedade MINIMA
8 - 15 = Ansiedade LEVE
16 - 25 = Ansiedade MODERADA
26 - 63 = Ansiedade SEVERA
BHS – ESCALA DESESPERANÇA – (Beck Hopelessness Scale)
1. Faixa Etária: 17 a 80 anos
2. Contém 20 afirmações V/F que permitem avaliar a extensão das expectativas negativas do paciente sobre seu futuro imediato e a longo prazo.
3. É indicadora indireta do risco de suicídio em indivíduos deprimidos ou que já fizeram tentativas
4. Cada afirmação é pontuada com O ou 1. Das 20 afirmações: 9 são otimistas e 11 pessimistas.
5. Resultado:
O - 3 ASSINTOMÁTICO
4 - 8 = MÉDIO
9 - 14 = Desesperança MODERADA
14 - 20 = Desesperança SEVERA
BSI – ESCALA IDEAÇÃO SUICIDA – (Beck Suicidal Ideation Scale)
Faixa Etária: 17 1 80 anos
É indicadora da presença de ideação suicida e mede a extensão da motivação e planejamento de um comportamento suicida.
RELATO BREVE DA DEMANDA
1. Identificar os motivos principais do paciente para a terapia.
2. Perguntas úteis:
Quais são suas dificuldades atuais?
O que você quer melhorar em sua vida?
O que está acontecendo em sua vida que não está da forma como você quer, tinha imaginado ou gostaria que fosse?
Usar formulário Identificação da Demanda
INFORMAÇÃO SOBRE O PROBLEMA
1. Formar urna hipótese diagnóstica do caso e explicar de forma breve e fácil para o paciente.
2. A maioria das pessoas quer saber que não estão 1011( (1%, não são ruins, estranhas e que o psicólogo já ajudou outras pessoas como elas antes.
3. Indique artigos, livros, filmes, sites e tudo o que for necessário para o paciente se sentir melhor, diminuir sua rigidez cognitiva e ver/acreditar que ficará bem.
4. Injete ESPERANÇA e MOTIVAÇÃO = Motor da TCC
ÁREAS DA VIDA E AUTO - CONCEITO
Avaliar todas as áreas da vida com o objetivo de formar uma Lista de Metas para a terapia.
2. Avaliar o Autoconceito com o objetivo de verificar a funcionalidade atual da TRÍADE COGNITIVA do paciente:
1º) Visão de si mesmo;
2º) Visão dos outros;
3º) Visão do futuro;
3. Como ele acha que será o futuro dele? VISAO DO FUTURO
ÁREAS DA VIDA
AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO ATUAL
Lazer – Físico – Psíquico – Relação Afetiva – Família – Amizade – Finanças – Profissão – Lazer
0 – 100
0 – muito mal
100 – Excepcionalmente bem
RODA VIDA
CETCC
AUTOCONCEITO
1. Como o paciente se vê?
Quais são suas qualidades e defeitos? VISÃO DE SI MESMO
2. Como ele acha que é visto pelos outros? VISÃO DOS OUTROS
3. Como ele acha que será o futuro dele? VISÃO DO FUTURO
MODELO COGNITIVO – Judith Beck
1. Explicar a TC de for a fácil. O que é? A palavra "cognitiva” vem de cognição, sinônimo de Pensamento.
2. A TC enfoca a forma que a pessoa pensa sua vida, relacionamentos e seu futuro.
3. Sempre tentar usar exemplos da vida do paciente.
MODELO COGNITIVO
A nossa forma de ver/pensar uma situação influencia a nossa formal de agir e sentir emocionalmente e fisicamente.
Crença Central – Crença Intermediária – Situação Agora –Pensamentos Automáticos – Reações – Corporal – Comportamental - Emocional
EXEMPLO 1:
SITUAÇÃO: Na segunda, no trabalho, João recebe um convite de um amigo do trabalho imita ir em uma festa na casa dele no final de semana para comemorar o aniversário dele de 10 anos. João já tem o aniversário de sua sogra marcado ¡mura o mesmo dia e horário.
Pensamentos que podem surgir "Ihh, não vou poder ir: Minha esposa vai ficar chateada. Não vai querer ir de jeito nenhum. Mas se eu não for, eu vou ficar chateado de não ir na festa do meu amigo."
Comportamento mais provável será: "Falar para o amigo que não poderá ir à festa, pois já tem um compromisso"
Sentimentos poderão ser Ansiedade/ Tristeza.
40 Anos Gilberto! Se a vida começa aos 40 venha curtir comigo a minha “Estréia”.
Pensamentos que podem surgir "Que legal! Queria mesmo ir numa festa dessas há tempos! Vai ser um festão. Quarenta anos!!! Isso só se vive uma vez! Minha esposa não vai gostar muito, mas eu vou adorar esse convite porque vou me livrar de ter que ir na festa da minha sogra."
Comportamento mais provável será: Confirmar a presença na festa sem consultar a esposa
Sentimento poderá ser Alegria total
(PERCEPÇÃO PARCIAL)
Pensamentos: "Minha esposa não vai gostar muito desse convite. Bom, vou conversar com ela para ver se ela fica chateada se sairmos um pouco mais cedo do aniversário da minha sogra ou, até mesmo, se ela não fica chateada de eu ir sozinho depois do bolo”.
Comportamento: Falou com a esposa e combinaram de ir no aniversário da mãe dela. Conforme o andar da carruagem, ambos iriam para o aniversário do amigo ou somente ele.
Sentimentos: Felicidade por ter ido na festa do seu amigo sem chatear a esposa
(PERCEPÇÃO GLOBAL)
EXEMPLO 2:
SITUAÇÃO: No último feriado. Maria foi à casa de sua tia e recebeu o convite de casamento de sua prima, com a lista de presentes dentro do envelope. O casamento será numa igreja tradicional em SP e os noivos recepcionarão os convidados com uma grande festa num Buffet. A família toda só fala dos preparativos para a festa, que acontecerá no feriado de setembro
Pensamentos que podem surgir:
“Argh... Odeio festas de casamento... Todo a família fica olhando prá mim e me convidou por causa do presente bom”
Comportamento mais provável será:
“Viajar no feriado de setembro”
Sentimentos poderão ser Raiva/Ansiedade/Tristeza.
(CATASTROFIZAÇÃO)
EXEMPLO 2:
Pensamentos que podem surgir:
"Hummm... Eu não gosto de ira casamentos, mas eu adoro a minha prima... Eu vou escolher um presente da lista que não seja muito caro, e que ela goste bastante"
Comportamento mais provável será:
'Vou convidar um amigo prá ir comigo e juntos podemos nos divertir bastante na festa"
Sentimentos poderão ser: Tranquilidade/ Alegria
PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA TC
Não é a situação por si só que determina como uma pessoa reagirá, mas a forma como ela consegue ver a situação
Antes da TC – Rigidez Cognitiva
Depois da TC – Flexibilidade Cognitiva
RESUMO DA SESSÃO E PEDIR FEEDBACK
1. Resumir de forma breve a sessão de hoje e esclarecer como será a próxima sessão e o processo terapêutico
2. Dar tarefa de casa adequada ao paciente
3. Fazer o contrato terapêutico
4. Explicar: "Como funciona a terapia?"
Horário, duração da sessão, local, atrasos, faltas, férias, sessões em conjunto com familiares, pagamento, sessões fora do consultório, interrupção do tratamento, viagens, recados para o paciente e psicólogo, sigilo, etc.
5.Pedir feedback do paciente: "Você tem alguma dúvida?"
PRINCÍPIOS DA TC
PARTICIPATIVA
EDUCATIVA
PRESENTE
FOCAL
FEEDBACK SOBRE APLICAÇÃO TC
1. Avaliar se os problemas ou a demanda do paciente podem ser trabalhados na TC.
Exemplos de NÃO APLICAÇÃO:
Quero mudar o meu marido/esposa;
Arranjar emprego ou namorado;
Cura de doenças físicas ou mentais;
Aumentar salário;
Passar no exame; etc.
EXPECTATIVAS DO PACIENTE
Como você espera melhorar com a terapia?
Qual a ideia que você tem de uma terapia?
Quanto tempo você espera ficar em terapia?
Quantas vezes por semana você pretende fazer?
Se quer fazer mais de uma vez, por quê?
Como você acha que será sua vida depois da terapia? Tente me descrever...
C.0NCEITUAÇÃ0 COGNITIVA (vai sendo construído ao longo das sessões)
Dados relevantes da infância
Crença central e Crenças intermediarias
Estratégias compensatórias
Viés confirmatório
Situações problemáticas
Pensamentos automáticos
Significado dos pensamentos automáticos
Emoção
Comportamento
Técnicas utilizadas na sessão
Tarefa de casa
Levantamento de objetivos para a próxima sessão.
A PARTIR DA 2a. SESSÃO (ou após a avaliação)
Paciente
Data
Objetivo da sessão
Pontos importantes da sessão
checagem de humor/emoção
ponte com a sessão anterior
revisão da semana
revisão da tarefa de casa
discussão de resultados das tarefas
relato de traumas ou eventos significativos
Observação (quando for o caso)
Pensamentos Automáticos
Crenças Intermediarias (Regras/Atitudes/Suposições)
Crenças Centrais
RELATÓRIO FINAL DE CASO CLÍNICO
IDENTIFICAÇÃO DO TERAPEUTA
nome
CRP
endereço consultório
fone consultório
IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE
nome
data de nascimento - idade
estado civil
filhos (nome, idade, profissão)
Escolaridade — Profissão — Ocupação atual
QUEIXA INICIAL
Identificação do problema central história do problema
Diagnóstico DSM-W (eixo 1, 2, 3, 4) ou CID-10.
Problemas atuais (outros além do problema central) e funcionamento atual (breve descrição do cotidiano e problema).
Perfil de desenvolvimento
Historia (familiar, social, educacional, médica-psiquiátrica, ocupacional)
Relacionamento (pais, irmãos, amigos, figuras de autoridades, outros significativos – incluindo animais domésticos)
Eventos significativos e traumas
Perfil cognitivo (o modelo cognitivo aplicado ao paciente)
Problemas/ situações problemáticas atuais típicas
Pensamentos automáticos, afeto e comportamento típico nessas situações
Crenças centrais
Regras (“deveria”/ tenho que”, aplicadas a si e aos outros).
Integração e conceituação de perfis cognitivos e desenvolvimentos
A . Formulação de autoconceito e conceito de outros
B. Integração de eventos de vida e vulnerabilidade cognitivas
C. Estratégias compensatórias e de enfretamento
D. Desenvolvimento e manutenção do transtorno atual
Problemas e Implicações para a terapia
Adequação para intervenções cognitivas (classifique-as em baixa, media ou alta e comente se necessário).
Maturidade psicológica
Objetividade
Percepção
Crença no modelo cognitivo
Acessibilidade e plasticidade dos pensamentos automáticos e de crenças
Adaptividade
Humor
Organização de personalidade: sociiotrópica ou autônoma
Motivação do paciente, metas e expectativas para a terapia
Metas do terapeuta
Técnicas utilizadas
Encaminhamento ou sugestões (o que for mais adequado)
Numero de sessões previstas - no. sessões realizadas
Faltas do paciente - Faltas do terapeuta
CETCC
BIBLIOGRAFIA
TERAPIA COGNITIVA
TEORIA E PRÁTICA
Judith S. Beck
Capítulo 3 – A Estruturada
Primeira Sessão de Terapia
Terapia Cognitiva da Depressão
Aaron Beck, A John Rush
Brian F. Shaw e Gary Emery
Capítulo S A Entrevista Inicial
MANUAL DAS ESCALAS DE BECK
Editora Casa do Psicólogo
WWW. Casado psicólogo.net
Endereço: Rua Simão Álvares, 1020
Vila Madalena – São Paulo
Telefone: (11) 3034-3600
CETCC
A RELAÇÃO TERAPÊUTICA
EMPIRISMO COLABORATIVO
Profa. Lina Sue Matsumoto
Psicóloga e Psicoterapeuta.
Professora de TCC, Psicoterapia Cognitiva
Narrativa e Psicologia Positiva no CETCC
(2011-2012).
Aprimorada em Transtornos Alimentares
(Pq-HC-FMUSP) e Psicóloga colaboradora
AMBULIM (2008-2010).
Professora de Psicologia Cognitiva e
Construtivismo, PPB, Teste de Rorschach -
Universidade Paulista - UNIP (2009-2010).
E-mail: lina.sue@hotmail.com
Celular (11) 8660.1234
EMPATIA, AFETO, AUTENTICIDADE
Beck et al (1979) enfatizaram a importância de se adequar o grau de empatia e o afeto pessoal associado
Terapeuta distante X muito próximo (possíveis más interpretações do paciente)
Prestar atenção em que momentos ser empático
A dor do paciente não deve ser ignorada
Chave paia mostrar empatia é a autenticidade
Maneira honesta, natural e emocionalmente conectada
RELAÇÃO TERAPÊUTICA
Importante em qualquer abordagem
Não se trabalha a relação na TCC Interfere no andamento do tratamento
Propicia um alto grau de autenticidade, afeto, consideração positiva, empatia
Empirismo colaborativo
Pesquisas comprovam a influência dessa relação no tratamento (depressão crônica)
Desafio: aprender a construir relações mais eficazes
TERAPEUTA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
Intensa busca por soluções
Não é só demonstração de preocupação
Converter preocupação em ações para lidar com problemas
Usa métodos da TCC para efetuar mudanças em todos s níveis d n m dei
Uma forma é fazer perguntas que dirijam o paciente na busca de novas perspectivas
EMPIRISMO COLABORATIVO
Responsabilidade compartilhada
Metas e Agendas
Dar e receber feedback
Praticar os métodos da TCC no dia a dia
Identificam e questionam os PANs
Principal função é enxergar as distorções cognitivas e comporta mentais com o objetivo de resolver e obter alívio dos sintomas
VIDEO 1 E 2 WRIGHT
O TERAPEUTA COMO PROFESSOR-TREINADOR
Amigável
Envolvido
Criativo
Capacitado
Orientado para a ação
GRAU DE ATIVIDADE DO TERAPEUTA
Alto grau de atividade nas sessões
Estruturam a terapia
Dão compasso às sessões aproveitando o tempo
Formulam o caso
Implementam os métodos
Maior nas primeiras sessões
Às vezes é necessário injetar energia, animação e um senso de esperança
USO DO BOM HUMOR
Espontâneo e genuíno
Construtivo
Focado em um problema externo ou em um modo de pensamento incongruente ao invés de uma fraqueza pessoal
FLEXIBILIDADE E SENSIBILIDADE
QUESTÕES SITUACIONAlS:
- luto, divórcio, perda de emprego, problemas financeiros ou enfermidades.
QUESTÕES SOCIOCULTURAIS:
- sexo, etnia, idade, situação socioeconômica, religião, orientação sexual, deficiências físicas, grau de escolaridade.
DIAGNÓSTICO E SINTOMAS:
- identificar problemas em potencial, não rotule o paciente, empenhe-se pela serenidade
PROBLEMAS COM A TRANSFERÊNCIA
A transferência é um fenômeno saudável ou produtivo?
Você acha que há potencial para efeitos negativos da transferência?
Há uma reação transferencial que exige atenção agora?
EXEMPLO DA CARLA
TRANSFERÊNCIA NA TCC
Reedição na relação terapêutica de elementos-chave de relacionamentos prévios importantes (pais, avós, professores, chefes, amigos)
Maneiras de pensar e agir com essas pessoas repetidas no setting terapêutico da visão psicodinâmica
CONTRATRANSFERÊNCIA
O paciente ativa no terapeuta pensamentos automáticos e esquemas que podem influenciar o processo terapêutico
Reconhecer emoções, sensações físicas, ou respostas comportamentais que possam ser estimuladas por suas cognições
Aplicar teorias e métodos aprendidos na TCC
Identifique seus PANs
Tentar modificar seus erros cognitivos compreendendo melhor o paciente
TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL
AXIOMAS MODELO COGNITIVO PRINCÍPIOS
Profa. Lina Sue Matsumoto
Psicóloga e Psicoterapeuta.
Professora de TCC, Psicoterapia Cognitiva Narrativa e Psicologia Positiva no CETCC (2011-2012).
Aprimorada em Transtornos Alimentares (IPq-HC-FMUSP) e Psicóloga colaboradora AMBULIM (2008-2010).
Professora de Psicologia Cognitiva e Construtivismo, PPB, Teste de Rorschach - Universidade Paulista - UNIP (2009-2010).
E-mail: lina.sue@hotmail.com Celular (11) 8660.1234
Aaron T. Beck, Universidade Pensilvânia, EUA (década 60)
TCC: Psicoterapia breve, estruturada, orientada ao presente, para depressão, direcionada a resolver problemas atuais e a modificar os pensamentos /comportamentos disfuncionais.
Modelo Cognitivo - propõe que o pensamento distorcido ou disfuncional (que influencia o humor e o comportamento) seja comum a todos os distúrbios psicológicos.
Avaliação "realista" + modificação no pensamento - melhora no humor e no comportamento.
A melhora duradora -> modificação de crenças disfuncionais.
BECK J.S. Terapia Cognitiva: teoria e prática.
Porto Alegre: Artmed, 1997.
Epíteto (130-50 a.C.)
“Não são as coisas em si mesmas que perturbam os homens, mas os juízos que eles fazem sobre as coisas
Beck (1964)
“Não é uma situação por si só que determina o que as pessoas sentem, mas, antes, o modo como elas interpretam uma situação”
“Não busque a felicidade fora, mas sim dentro de você, caso contrário nunca a encontrará.”
Processamento Esquemático da Informação
Situação Atual – Crenças Centrais
História de Aprendizagem (Componentes experiências)
Organização Cognitiva (Componentes estruturas)
Processamento esquemático (de significado) ESQUEMAS
Interpretação
Ativação de sistemas (Cognitivos, Motivacionais, Afetivos...)
Comportamento
Apresentação da TEORIA COGNITIVA
A teoria cognitiva considera a cognição a chave para os transtornos psicológicos.
"Cognição" + é a função que envolve deduções sobre nossas experiências e sobre a ocorrência e o controle de eventos futuros.
Karl Popper (1959) poucos ramos da ciência tem um sist. teórico elaborado e bem construído = legitimidade "sistema axiomatizado".
Axioma = postulado = pressuposto = hipóteses
É uma sentença/proposição/enunciado/regra que não é provada ou demonstrada. E considerada corno óbvia ou como um consenso inicial necessário para a construção de urna teoria.
É aceito como verdade e serve como ponto iniciai para dedução ou inferências de outras verdades.
Fonte: https://www.facebook.com/paes/Acioma/1O9604129058944
TEORIA COGNITIVA – Um sistema axiomatizado
Axiomatizar um sistema é mostrar que suas inferências podem ser derivadas a partir de um pequeno e bem definido conjunto de sentenças.
Os axiomas devem estar livres de contradição; lb. Devem ser independentes;
Devem ser suficientes para permitir a dedução de todas as afirmações pertencentes à teoria;
Devem ser necessários para a derivação das afirmações pertencentes à teoria.
Vamos então conhecer os 10 AXIOMAS.,
TEORIA COGNITIVA OS 10 AXIOMAS
1) Esquemas
2) Função dos esquemas
3) Interação entre sistemas
4) Especificidade do conteúdo cognitivo
5) Distorção cognitiva
6) Vulnerabilidade cognitiva
7) Tríade cognitiva
8) Significado público e privado
9) Há 3 níveis de cognição: pré-Cs, Cs, metacognitivo
10)Estruturas teleonômicas
TEORIA COGNITIVA OS 10 AXIOMAS
1) Esquemas
O principal caminho do funcionamento ou da adaptação psicológica consiste de estruturas de cognição com significado, denominadas esquemas.
Significado = interpretação da pessoa sobre um determinado contexto e da relação daquele contexto com o self.
Os esquemas precedem, selecionam e acionam estratégias comportamentais relevantes e moldam profundamente o funcionamento emocional e comportamental dos indivíduos.
Esquema é um subconjunto da estrutura cognitiva.
A estrutura cognitiva é formada por vários esquemas (significados e crenças) - Teorias Pessoais - maneira peculiar de interpretação do mundo.
TEORIA COGNITIVA 05 10 AXIOMAS
1) Esquemas
2) Função dos esquemas
Interação entre sistemas
As influências entre sistemas cognitivos e outros sistemas são interativas.
Outros sistemas psicológicos = percepção, emocional, motivacional, memória, comportamental,
TEORIA COGNITIVA OS 10 AXIOMAS
1) Esquemas
2) Função dos esquemas
A função da atribuição de significado (tanto a nível automático ou deliberativo) é controlar os vários sistemas psicológicos.
Sistemas psicológicos (p.ex, comportamental, emocional, motivacional, atenção, memória....).
O significado ativa estratégias para adaptação,
TEORIA COGNITIVA - OS 10 AXIOMAS
1) Esquemas
2) Função dos esquemas
3) Interação entre sistemas
4) Especificidade do conteúdo cognitivo
Cada categoria de significado tem implicações que são traduzidas em padrões específicos de emoção, atenção, memória e comportamento;
Isto é denominado especificidade do conteúdo cognitivo (determinados padrões de interpretação),
Relação entre determinados padrões cognitivos X emoção (o que penso X o que sinto)
TEORIA COGNITIVA - OS 10 AXIOMAS
1) Esquemas
2) Função dos esquemas
3) Interação entre sistemas
4) Especificidade do conteúdo cognitivo
5) Distorção cognitiva
Embora os significados sejam construídos pela pessoa (em vez de serem componentes preexistentes da realidade) eles são corretos ou incorretos em relação a um determinado contexto ou objetivo;
Quando ocorre distorção cognitiva (preconcepção), os significados são disfuncionais ou maladaptativos - patologia;
As distorções cognitivas incluem erros no conteúdo cognitivo (significado), no processamento cognitivo (elaboração do significado) ou ambos.
TEORIA COGNITIVA OS 10 AXIOMAS
1)Esquemas
2) Função dos esquemas
3) Interação entre sistemas
4) Especificidade do conteúdo cognitivo
5) Distorção cognitiva
6) Vulnerabilidade cognitiva
Os indivíduos são predispostos a fazer construções cognitivas falhas específicas (distorções cognitivas);
A predisposição a distorções específicas são denominadas vulnerabilidade cognitivas;
As vulnerabilidades cognitivas específicas predispõem as pessoas a síndromes específicas;
Especificidade cognitiva e vulnerabilidade cognitiva estão interrelacionadas.
TEORIA COGNITIVA OS 10 AXIOMAS
1) Esquemas
2) Função dos esquemas
3) Interação entre sistemas
4) Especificidade do conteúdo cognitivo
5) Distorção cognitiva
6) Vulnerabilidade cognitiva
7) Tríade cognitiva
A psicopatologia resulta de significados maladaptativos construídos em relação ao self, ao contexto ambiental (experiência) e ao futuro (objetivos), que juntos são denoninados de a tríade cognitiva.
Cada síndrome clínica tem significados maladaptativos característicos associados com os componentes da tríade cognitiva.
Tríade cognitiva = self (eu), ambiente (outros), meus objetivos (futuro).
TEORIA COGNITIVA OS 10 AXIOMAS
1) Esquemas
2) Função dos esquemas
3) Interação entre sistemas
4) Especificidade do conteúdo cognitivo
5) Distorção cognitiva
6) Vulnerabilidade cognitiva
7) Tríade cognitiva
8) Significado público e privado
Há dois níveis de significado: a) o significado público ou objetivo, que pode ter poucas implicações significativas. para o indivíduo; e b) o significado privado ou pessoal.
O significado pessoal, ao contrário do significado público, inclui implicações, significação ou generalizações extraídas da ocorrência do evento = corresponde ao conceito de "domínio pessoal" = rege todos sistemas psicológicos.
TEORIA COGNITIVA - OS 10 AXIOMAS
1) Esquemas
2) Função dos esquemas
3) Interação entre sistemas
4) Especificidade do conteúdo cognitivo
5) Distorção cognitiva
6) Vulnerabilidade cognitiva
7) Tríade cognitiva
8) Significado público e privado
9) Há 3 níveis de cognição: pré-Cs, Cs, metacognitivo
Há três níveis de cognição: a) o pré-consciente = não-intencional automático: ("pensamentos automáticos”);
b) o nível consciente; e c) o nível metacognitivo, que inclui respostas "realísticas” ou “realísticas” ou “racionais" (adaptativas).
Os níveis conscientes são de interesse primordial para a melhora clínica em psicoterapia.
TEORIA COGNITIVA OS 10 AXIOMAS
1) Esquemas
2) Função dos esquemas
3) interação entre sistemas
4) Especificidade do conteúdo cognitivo
5) Distorção cognitiva
6) Vulnerabilidade cognitiva
7) Tríade cognitiva
8) Significado público e privado
9) Há 3 níveis de cognição: pré-Cs, Cs, metacognitivo
10)Estruturas teleonômicas
Os esquemas evoluem para facilitar a adaptação da pessoa ao ambiente, e são neste sentido teleonômicas.
Portanto, um determinado estado psicológico (constituído pela ativação de sistemas) não é nem adaptativo ou maladaptativo em si, apenas em relação a ou no contexto do ambiente social e físico mais amplo no qual a pessoa está.
TC - OS 10 AXIOMAS Resumo
1. Esquemas: estruturas cognição com significado -) subcj. estrutura cognitiva.
2. Função dos esquemas: A função da atribuição de significado é controlar os vários sistemas psicológicos. O significado ativa estratégias para adaptação.
3. Interação entre sistemas: Sistemas cognitivos e outros sistemas.
4, Especificidade do conteúdo cognitivo: Cada categoria de significado são traduzidas em padrões específicos de emoção, atenção, memória e comportamento (padrões de interpretação)
5, Distorção cognitiva: Os significados (construídos pela pessoa) são corretos ou incorretos em relação a um contexto/objetivo. Incluem erros no conteúdo cognitivo (significado), no proc. cognitivo (elaboração do significado) ou ambos.
6. Vulnerabilidade cognitiva: Os indivíduos são predispostos a fazer cognitivas falhas específicas (distorções cognitivas);
7. Triade cognitiva: self (eu), ambiente (outros), meus objetivos (futuro).
8. Significado público e privado: Significado pessoal inclui implicações, significação ou generalização "domínio pessoal" = rege todos sistemas psicológicos.,
9. Há 3 níveis de cognição: Pré-consciente (PA), Consciente e Metacognitivo.
10. Estruturas telleonômicas:: Os esquemas evoluem para facilitar a adaptação da pessoa ao ambiente.
TCC – Conceitualização Cognitiva
TCC a: cognição é a chave para os: transtornos psicológicos.
Conceitualização cognitiva - fornece a estrutura para o entendimento de um paciente pelo terapeuta cognitivo.,
Terapeuta Cognitivo hipóteses sobre como o paciente desenvolveu essa desordem psicológica em particular começa a construir uma conceitualização cognitiva durante seu 1º contato (continua a refinar até a última sessão).
A TCC levanta hipóteses de que os comportamentos e as emoções das pessoas são influenciados por sua percepção dos eventos (modificação no pensamento -3. melhora no humor e no comportamento).
Vamos então entender o MODELO COGNITIVO..
TCC MODELO COGNITIVO
Crença Central
Crenças Intermediarias.
Situação Agora – Pensamentos Automáticos – Reações – Corporal – Comportamental - Emocional
TCC — Pensamentos Automáticos (PA)
Durante a aula Você pode perceber alguns níveis no seu pensamento. Você pode, estar tendo alguns pensamentos avaliativos rápidos... Não decorrentes de deliberação ou raciocínio...
Esses pensamentos são chamados de PA, pois eles parecem surgir automaticamente, de repente, e são, com frequência, bastante rápidos e breves.
Você pode aprender a identificar seus PA prestando atenção às suas mudanças de afeto,
Tendo identificado seu PA, você pode avaliar a validade dos seus, pensamentos.
Em termos cognitivos, quando pensamentos, disfuncionais são sujeitos à reflexão racional, nossas emoções, em geral, mudam.
Vamos entender de onde vem os PA's...
Ei, isso faz sentido... Finalmente uma aula Interessante!
Ah! Isso é ridículo... Nunca vai funcionar...
Essa aula tá muito chata!
Que desperdício de dinheiro...
Isso é difícil demais... Eu nunca vou aprender essa TCC...
Eu preciso mesmo aprender tudo isso? E se eu não conseguir?
Arrgh... essa aula $ % @ #...
TCC — Crenças Centrais (CC)
Desde a infância, as pessoas desenvolvem determinadas crenças sobre si mesmas, outras pessoas e seus mundos.
CC são entendimentos que são tão fundamentais e profundos, que as pessoas frequentemente não os articulam, sequer para si mesmas. São idéias consideradas (pela pessoa) como verdades absolutas, e o nível mais fundamental de crença; elas são globais, rígidas e supergeneralizadas.
CC – “Eu sou incompetente”
CC – é atividade na aula = autocrítica = interpretação da situação negativada.
Viés confirmatório = desconsidera / desconta as evidências contrárias à CC.
Manutenção da CC = mesmo que seja imprecisa, não verdadeira, disfuncional.
Isso é difícil demais... Eu nunca vou aprender essa TCC
Eu sou capaz de ser amado.
Eu sou Indesejável.
Eu não sou atraente
Eu não tenho valor.
Eu não sou capaz de ser querido.
Eu não sou bom o suficiente.
Eu sou imperfeito.
Eu sou diferente.
Ninguém me quer.
Ninguém liga para mim.
Eu sou mau.
Crenças Centrais de DESAMOR
Eu sou desamparado.
Eu sou impotente.
Eu estou fora de controle.
Eu sou fraco.
Eu sou vulnerável.
Eu sou carente.
Eu estou sem saída.
Eu sou inadequado.
Eu sou ineficiente.
Eu sou incompetente.
Eu sou um fracasso.
Eu sou desrespeitado.
Crenças Centrais de DESAMPARO
Crenças Centrais de Desvalia
Eu sou um fracasso.
Eu sou incompetente.
Eu não tenho valor.
Eu não sou bom o suficiente.
Eu sou inadequado.
Eu sou ineficiente.
Eu sou desrespeitado.
TCC – Crenças Intermediárias (CI)
As CC influenciam o desenvolvimento de uma classe intermediária de crenças: atitudes, regras e suposições.
As crenças intermediárias (CI.) influenciam como a pessoa pensa, sente e se comporta.
Isso é difícil demais... Eu nunca vou aprender essa TCC...
Atitude “é horrível ser incompetente”
Regra – “Eu devo estudar muito, o tempo todo”
Suposição – “Se eu estudar o mais que puder, posso ser capaz de ser tão bom como os meus colegas”
TCC — MODELO COGNITIVO
Situação Antes - Repetiu 7a série – “Eu sou incompetente” – Crença Central – Estratégias – Não termina o que começa – DESVALIA – Crença Intermediárias – “Se eu não entendo algo, então eu sou burro” – “É horrível ser sempre o pior – Situação Agora – Aula TCC – Pensamentos Automáticos. “Isso é difícil demais... Eu jamais vou aprender...” – Reações – Corporal – Sudorese – Comportamental – Sai da sala – Emocional – Tristeza
TCC – MODELO COGNITIVO
Situação Antes – Bullying na escola – Crença Central – “Eu sou incapaz de ser amado” DESAMOR – Estratégias – Não interage com colegas. – Crenças Intermediárias – “Se eu interagir com as pessoas elas não vão me aceitar como sou” – “Devo me isolar” – Situação agora – Pensamentos Automáticos – Reações – Corporal – Taquicardia – Comportamental – Fica Isolado – Emocional – Medo, Tristeza – Festa de um colega – “Não vou ter assunto para conversar na festa
TCC Terapia CognItivo Comportamental
TCC atualmente - sendo aplicada no mundo inteiro, como o único tratamento ou como um tratamento adjuntivo para outros transtornos.
O terapeuta busca de urna variedade de forma; produzir a mudança cognitiva — mudanças no pensamento e no sistema de crenças do paciente — visando promover mudança emocional e comportamental duradoura.
Intervenção TCC - um problema importante para o paciente é especificado, uma idéia disfuncional é identificada e avaliada, um plano razoável é delineado e a efetividade da intervenção é avaliada.
Vamos então conhecer os 10 PRINCÍPIOS da TCC...
TCC – Os 10 Princípios
Princípio no. 1 Formulação do problema em termos cognitivos
A TC se baseia em uma. formulação em contínuo, desenvolvimento do paciente e de seus problemas em termos cognitivos.
1º) Desde o início, identifica o pensamento atual da paciente e seus comportamentos problemáticos.,
2º) Identifica fatores precipitantes que influenciaram as percepções: da paciente no início da depressão.
3º) Levanta hipóteses sobre eventos desenvolvimentais chaves e padrões duradouros de interpretação desses eventos.
[entender a Q,P. '''traduzir” em terno cogniitivos - sentimento, emoção, comportamento = PA’s e Crenças = distorções cognitivas]
TCC — Os 10 Princípios
Princípios no. 2: Aliança terapêutica segura
A TC requer uma aliança terapeuta segura: cordialidade, empatia, atenção, respeito genuíno e competência.
Boa aliança de trabalho = colaborativa
(ter atitude “rogeriana”: acolhimento genuíno, empatia)
TCC – Os 10 Princípios
Princípio no. 3: Colaboração e Participação Ativa
A TC enfatiza a colaboração e participação ativa
Na TC há um trabalho em equipe: terapeuta + paciente.
A princípio, o terapeuta é mais ativo em sugerir uma direção para as sessões de terapia.
A medida que a paciente torna-se menos deprimida e mais socializada na terapia = crescente mais ativa.
(Ser inicialmente + ativo – motivar o paciente a trazer + contribuições na sessão)
TCC – 10 Princípios
Princípio no. 4: Orientada em meta e focalizada em problemas
A TC é orientada em meta e focaliza em problemas = 1ª. Sessão = enumerar problemas e estabelecer metas específicas.
O terapeuta presta atenção particular aos obstáculos que impedem a paciente de resolver problemas e atingir metas por si mesmo.
O terapeuta precisa conceituar as dificuldades da paciente e avaliar o nível apropriado de intervenção.
(auxiliar o paciente a ser + objetivo, para ele poder identificar e focar na meta)
TCC – Os 10 Princípios
Princípio no. 5: Enfatiza o presente
A TC inicialmente enfatiza o presente (os problemas do equi-e-agora).
O tratamento da maioria dos pacientes envolve um forte foco sobre problemas atuais e sobre situações específicas que são aflitivas para o paciente.
Passado = 3 situações = 1) predileção da paciente; 2) não há mudanças focando o presente; 3) entender origens das idéias disfuncionais e como afetam a paciente hoje.
(ser acolhedor e objetivo ao ouvir “tudo”, mas repetir e anotar frases do paciente sobre o momento presente)
Princípio no. 6: É educativa
A TC é educativa, visa ensinar o paciente a ser seu próprio terapeuta e enfatiza a prevenção de recaída.
O terapeuta educa sobre a natureza e trajetória do seu transtorno, sobre o processo da TC e sobre o modelo cognitivo (como os pensamentos influencia, as emoções e comportamentos).
Ensina a estabelecer metas, identificar e avaliar pensamentos/crenças, e assim, mudar comportamentos.
(dar ao paciente um “caderninho” para ele se habituar a registrar as situações + suas reações + seus pensamentos... – aprende que a sua forma de pensar é que rege seus sistemas psicológicos – psicoeducação é mais eficaz do que só medicamento)
TCC – Os 10 Princípios
Princípio no. 7: Tempo limitado
A TC visa ter um tempo limitado
O terapeuta busca prover alívio dos sintomas da paciente, facilitar uma remissão do transtorno, ajudá-la a resolver seus problemas mais prementes e ensinar-lhe o uso de ferramentas para que ela seja mais propensa e evitar a recaída.
A modificação de crença disfuncionais muito rígidas/padrões de comportamento = leva mais tempo.
(perguntar qual a prioridade de terapia – o que é factível em “x” sessões: manter expectativas realistas apenas)
TCC – Os 10 Princípios
Princípio no. 8: Sessões estruturadas
A TC tem as suas sessões estruturadas (há uma estrutura estabelecida em cada sessão).
Os terapeuta: 1) verifica o humor; 2) solicita breve revisão da semana; 3) agenda da sessão; 4) feedback da sessão anterior; 4)tarefa de casa; 5) resumo da sessão.
Foco no que é mais importante para o paciente, maximiza o uso do tempo da terapia.
Promove = autoterapia.
TCC – Os 10 Princípios
Princípio no. 9: Identificar, Avaliar e Responder
A TC ensina os pacientes a identificar, avaliar e responder a seus pensamentos e crenças disfuncionais.
focalizar um problema específico;
identificar o pensamento disfuncional;
avaliar a vaidade do pensamento;
projetar um plano de ação.
TC = descoberta orientada
(orientar o paciente a ser seu próprio terapeuta – autopercepção: se ele aprende a identificar e avaliar PA’s, ele é capaz de responder a esses PA’s de forma mais adaptativas)
Princípios no. 10: Várias técnicas
A TC utiliza uma variedade de técnicas para mudar pensamento, humor e comportamento.
Estratégias cognitivas: questionamento socrático, descoberta orientada, teste de realidade...
Outras técnicas: comportamental, gestalt...
O terapeuta seleciona técnicas com base na formulação de caso e seus objetivos, em sessões específicas...
(ensinar os pacientes a utilizarem algumas técnicas – se ele aprender a fazer um RPD na sessão, ele fará um RPD metal nas várias situações “gatilho” e será capaz de pensar e agir melhor)
TCC – Os 10 Princípios
Formulação do problema em termos cognitivos
Aliança terapêutica segura
3) Colaboração e Participação Ativa
4) Orientada em meta e focalizada em problemas
5) Enfatiza o presente
6) É educativa
7) Tempo limitado
8) Sessões estruturadas
9) Identificar, avaliar e responder
10) Utiliza várias técnicas
Como ser um terapeuta cognitivo?
O modelo cognitivo, de que os nosso pensamentos influenciam as nossas emoções e comportamento, é bastante direto, porém, enganosamente simples.
Comece aplicando as ferramentas que aprendeu na aula a si mesmo.
Releia a apostila - Aprenda a identificar seus próprios pensamentos automáticos e crenças.
Faça a pergunta: "O que estava passando pela minha cabeça ainda agora?”
Ensinar a si mesmo as habilidades básicas da TCC, usando você mesmo como sujeito, aumentará a sua habilidade de ensinar' essas mesmas habilidades aos seus pacientes.
Saber TCC é saber ensinar o paciente a encontrar um PA alternativo para o PA disfuncional...
ATITUDE “é horrível ser incompetente”
Isso é difícil demais...
REGRA “Eu devo estudar muito, o tempo todo”
SUPOSIÇÃO “Se eu estudar o mais que puder, posso ser capaz de ser tão bom como os meus colegas”
PA: "Eu não entendo Isso... E u jamais entenderei isso...”
PA's ALTERNATIVOS (mais realistas, mais funcional): “Ei, eu só estou tendo alguma dificuldade agora...”
Se eu reler com calma em casa, entenderei:.."
É só mais uma matéria nova...”
Se cheguei até aqui, com certeza irei até o final...”
“No começo é assim mesmo... Depois- fica mais fácil..."
CETCC
Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental
Clínica Especializada em Terapia Cognitivo-Comportamental
São Paulo - Rua Vergueiro, 2387 - cj. 31 - Vila Marlana
Fone (111 3522-3535
Araraquara - Rua Napoleão Selmi Del. 211- Vila Harmonia
Fone (16) 3322-728
DIÁRIO DE PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS PAD - Data___/___/2012
Situação - O que passou pela sua cabeça? Quanto acredito nisso _______% Emoção
Qual a intensidade _______% - Identificar Erros Cognitivos
QUESTIONAMENTO SOCRÁTICO
• Quais são as evidências?
• Quais são as evidências que apóiam essa idéia?
• Quais são as evidências contra essa idéia?
• Existe uma explicação alternativa?
• Qual é o pior que poderia acontecer? Eu poderia superar isso?
• O que é o melhor que poderia acontecer?
• Qual é o resultado mais realista?
• Qual é o efeito da minha crença no pensamento automático?
• O que eu deveria fazer em relação a isso?
• O que eu diria (a um amigo) se ele ou ela estivesse na mesma situação?
CETCC
CETCC — Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental
Profa. Msc. Eliana Melcher Martins - CONCEOTUALIZAÇÃO COGNITIVA
Paciente: Data:
História de Vida Relevante
Esquema — Crença básica
Suposições — Crenças — Regras Condicionais
Estratégias Compensatórias
Situação 1
Situação 2
Situação 3
PAD
PAD
PAD
Emoção
Emoção
Emoção
Comportamento
Comportamento
Comportamento
CETCC
Dados da cliente
- Florinda (nome fictício), 30 anos: sexo feminino, negra, ensino médio completo, nível socioeconômico baixo, noiva e católica praticante.
Queixa -No processo de triagem, a cliente relatou as seguintes queixas: choro frequente, tristeza, crises depressivas recorrentes, dificuldades financeiras e histórico de abuso sexual.
No decorrer dos atendimentos iniciais, explicitou mais algumas queixas, como a falta de autoconhecimento e inassertividade
"Quero entender por que eu choro tanto",
"Por que as pessoas têm pena de mim?",
"Eu não entendo porque eu não impedi que eles fizessem isso (abuso sexual) comigo"
"Eu não sei dizer não para as pessoas... Meus irmãos e cunhados sempre pedem dinheiro para mim e não pagam. Quando digo que não tenho ou não posso, as pessoas parecem que sabem que estou mentindo, aí eu acabo emprestando mesmo".
Objetivos da Cliente: Entender as "causas" do choro e "ficar boa da depressão".
Demandas :logo nas primeiras sessões, a paciente mostrava-se passiva, inassertiva e emitia suas vontades disfarçadas, e não diretas, com bastante freqüência.
Variáveis históricas
Histórico Familiar: Família extensa, com pai falecido, mãe e seis irmãos, dentre eles quatro homens e duas mulheres. Ficou responsável por administrar o dinheiro de sua mãe após o falecimento do pai. o que gerava pedidos corriqueiros de empréstimo de dinheiro por parte dos parentes, que não pagavam e, às vezes, Florinda contraía dívidas em decorrência disso. Ela se recusava a emprestar, inicialmente, mas terminava cedendo à insistência. Como exemplo dessa situação, relatou uma dívida contraída com compra de material de construção para levantar o barraco em que a mãe morava. Enquanto todos os outros irmãos contribuíam com o pagamento do material, a paciente cobria o rombo mensal deixado pelo irmão (que cometeu o abuso sexual) que, além de não arcar com a parte que lhe cabia, ainda retirava produtos da loja de materiais de construção para si sem avisar aos demais irmãos e acrescentava à conta.
As discussões de Florinda com o irmão abusador frequentemente eram acompanhadas de gritos da parte dele que, por sua vez, eram seguidos de choro da parte da paciente. Relatou que sempre após as discussões sentia-se muito mal com sentimentos de menos valia e tinha pensamentos que a faziam engolir a agressividade do irmão. Achava que ela era culpada por tal comportamento, pois não sabia como impedir que o irmão a agredisse sexualmente no passado e psicologicamente no presente. O que fazia naquele momento era chorar e voltar rapidamente para o lar. Onde sentia-se segura e protegida de certa maneira.
Histórico Social: Na adolescência, as colegas zombavam dela pelo fato de ter medo de homens. Mareavam encontros com rapazes que a cumprimentassem apenas para vê-la fugindo deles. Numa dessas "brincadeiras", ela conheceu o noivo e, depois, começaram a namorar. Relatou que "tento ser amiga, mas não tenho amigos; as pessoas brincaram muito comigo, já sofri muito com amizades"; "meu único amigo é meu noivo".
Florinda comentou em uma sessão que certa vez, uma colega de sua igreja, ao conhecer o seu noivo comentou: "Nossa, esse que é o seu namorado", "todos na minha casa vêem e não fazem nada!". "Por que meus familiares não me ajudam, não me defendem?"
Florinda afirmou que o dia do seu noivado foi o dia mais feliz de sua vida e que almejava casar-se para sair de casa o quanto antes. Revelou que, quando tinha que resolver algum compromisso fora de casa, demorava propositalmente para adiar seu retorno. Entretanto, logo o irmão abusador ligava para saber em que local estava; as colegas, quando viam seu noivo, costumavam dizer "ele é bonito, né?... Pensei que ele fosse igual àqueles neguinhos da rua". A paciente se sentia diminuída e magoada, pois compreendia que as colegas a julgavam incapaz de namorar um homem branco por ser negra (situação de discriminação racial), porém a paciente nada fazia.
Frequentava a igreja habitualmente e disse gostar muito do que fazia. Além disso, participava de um grupo religioso que rezava terços na casa de pessoas assiduamente.
Muitas vezes, chorava na frente de outras pessoas, dizendo que sentia uma enorme tristeza. As pessoas costumavam ir até ela, acolhiam-na e perguntavam o que ela estava sentindo. Ela respondia: "Não sei".
Histórico Afetivo-sexual: Foi abusada sexualmente na infância pelo cunhado e pelo irmão. Com o cunhado, houve dois episódios: o primeiro aconteceu enquanto ela brincava de pular na cama em que o cunhado estava; ele tocou em sua vagina, havendo ardor e ela então saiu correndo. No segundo episódio, não consumado, ele tentou retirar o cobertor e as roupas dela durante a noite, mas ela empurrou suas mãos, impedindo que o fizesse. A diferença de idade entre o cunhado abusador e a cliente era de 18 anos, sendo que na época dessas duas tentativas, ela tinha aproximadamente 4 anos e ele 22.
Os episódios de abuso cometidos pelo irmão (cinco anos mais velho) foram frequentes e diversos: em "brincadeiras" nas quais ele a tocava; com penetração dos dedos na vagina da cliente: em situações nas quais os pais saíam e ele a levava até o banheiro, ordenava que ela abaixasse as roupas e encurvasse o corpo de costas para ele - nessas ocasiões, manipulava o pênis em contato com sua vagina, chegando a haver introdução vaginal alguma vezes. Ao falar dos abusos do irmão. sensibilizava-se e afirmava: "Ele é meu dono". "O meu pai era um homem bom, mas ele era dominado pelo meu irmão". "Ele só queria me usar, ele só queria a minha vagina".
A paciente dizia não se lembrar quantos anos tinha quando ocorreram os abusos; nem da idade da primeira menstruação, ocasião na qual os episódios de abuso se encerraram, pois ela poderia engravidar. Dizia também não se lembrar de nada falado nas sessões terapêuticas nas quais o abuso fora tratado. Lembrava-se, contudo, de outras datas relevantes.
Relatou que, apenas quando foi esclarecendo-se sobre o ocorrido, começou a sofrer bastante e culpabilizar-se. e isso afetava diretamente sua vida até o momento presente. Poucas pessoas tinham conhecimento do ocorrido; dentre elas, um padre, o noivo e duas psicólogas. Temia que esse assunto, algum dia, viesse, a ser revelado à família, pois ninguém acreditaria nela e a acusariam de tê-los provocado.
Nunca havia tido envolvimento sexual com o noivo, seu primeiro namorado, com quem estava há cinco anos. Defendia o sexo só depois do casamento, devido a preceitos religiosos. Vale ressaltar que ela costumava usar camisas com imagens de santo e um terço envolto entre os dedos. Disse que sexo era algo importante para o casal quando vivido no casamento, que desejava casar-se e ter filhos com esse noivo e que não o via apenas para a reprodução. Costumava namorar na praça; no entanto, quando estavam na casa dela, evitava aproximar-se dele, para evitar comentários moralistas da mãe.
Histórico Acadêmico e/ou Profissional: Concluiu o ensino médio. Não trabalhava durante o período que durou o atendimento, porém gostaria de ter um emprego para ajudar o noivo com o casamento e esperava que algum colega a indicasse para um trabalho. Não queria emprego relacionado à limpeza, pois havia avançado nos estudos e acreditava merecer algo melhor. Tinha experiências de trabalho em uma padaria e na cozinha de um grande supermercado. Em relação ao serviço no supermercado, atribuiu sua demissão ao fato de ter sido verdadeira com uma das chefes. A chefe fazia comentários maliciosos a respeito de Florinda com outros colegas pelo fato de ela ser virgem. Frente a essas provocações, a paciente, inicialmente, relatou partes da Bíblia para a chefe e, posteriormente, disse à mesma que ela não se valorizava, que não valia nada, apesar de ser bonita.
Após ter iniciado a terapia, deixou curriculos em uma empresa e fez inscrição em uni concurso público, com o auxílio financeiro do noivo para o pagamento da inscrição. Resistiu em aceitar a ajuda financeira do noivo, pois acreditava que não deveria aceitar dinheiro de homem (regra da mãe), principalmente: "se ele ainda não é seu marido, não deve decidir nada por você". Todavia o noivo insistiu, disse que não cobraria dela depois e a cliente acabou aceitando. Animou-se em fazer o concurso, pois teria prova prática de corrida e ela lembrou-se de ter corrido e caminhado no passado e que ainda gostava muito dessas atividades. No entanto, não estudou regularmente para o concurso e hesitou várias vezes em fazer as caminhadas, conforme havia se comprometido. Além disso, foi chamada para entrevistas de emprego e as recusou, afirmando estar atribulada com os preparativos para o casamento e que não sobraria tempo para fazer as duas coisas.
Histórico Médico-psicológico: A cliente realizava consultas semestrais com um psiquiatra da rede pública, o qual receitava antidepressivo, ansiolítico e estabilizador de humor, de forma conjugada. Foi diagnosticada pelo psiquiatra como tendo Transtorno Bipolar. Já havia passado por duas terapias anteriormente, de abordagens diversas. A última foi em uma instituição de Ensino Superior do Distrito Federal, na qual fez três triagens e 18 sessões, sendo que o atendimento foi interrompido, pois o local entrou em férias e a terapeuta se formou, não podendo dar continuidade à psicoterapia.
.
Compartilhe com seus amigos: |