Palavras-chave
Relaxamento criativo, contos-ensinamento, bem-estar laboral, depressão, ansiedade, stress, profissional da saúde.
Introdução
Situações cotidianas presentes no mundo do trabalho, como a competitividade e o medo do desemprego, funcionam muitas vezes como estímulos geradores de tensão e ameaça direta (em termos bio-psico-sociais) e indireta (via significado simbólico) à integridade de uma pessoa. As reações individuais a esses impactos podem suscitar efeitos variados, como angústia, frustração ou enfrentamento, sensações que compõem os transtornos emocionais relacionados à ansiedade e à depressão que alimentam o chamado estresse no ambiente laboral.
Este trabalho examina os efeitos da implantação do Treinamento em Relaxamento Criativo (TRC), que compreende além do relaxamento físico a elaboração e manuseio voluntário de conteúdos imaginativos, e da técnica dos Contos-Ensinamento (TCE) enquanto estímulo à auto-observação, junto aos colaboradores de uma empresa de gestão da saúdei. Essas táticas foram escolhidas visando prover às pessoas ferramentas que propiciassem uma melhor elaboração das tensões provenientes de um período de intensas transformações na empresa.
O TRC foi desenvolvido pelo psiquiatra e neurologista Dr. Eugenio Herrero Lozano, fundador do Instituto de Estudos Psicossomáticos de Madri, a partir de pesquisas sobre as relações existentes entre a mente e o corpo realizadas por quase 30 anos. Reúne técnicas de relaxamento físico baseadas no treinamento autógeno de Schultz, J.H., com algumas alterações, acrescida de um refinado trabalho de elaboração da imaginação baseado no conceito de psicoplasia – a tendência do pensamento a tornar-se ato – utilizado pelo francês Coué, E., no começo do século XX.
Os Contos-Ensinamento, por seu lado, têm sido utilizados há milhares de anos enquanto forma de arte repassada pela tradição oral amplamente usada no Oriente Médio e na Ásia Central em sua função, por exemplo, de “acostumar inclusive as crianças, às futuras realidades da vida”ii. Shah, I no ocidente, a partir do último terço do século XX, passou a ressaltar o caráter alegórico e metafórico dos contos que explicitam para a pessoa que o recebe o duplo caráter de todo o existente: o conteúdo e o continente. Eles permitem assim que ela “recorde e reviva a história-modelo, e avalie sua própria conduta para perceber se talvez esteja desenvolvendo uma tendência à superficialidade, ao pensamento mágico ou à atenção incompleta.”iii
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