4.3.2 Inteligências múltiplas
Para Gardner26, o ser humano tem diferentes maneiras de ser inteligente. Cada indivíduo tem, portanto, oito inteligências, que podem desenvolver-se atingindo alto grau de competência. Elas são independentes entre si, mas interagem umas com as outras, funcionando de maneira complexa. Qualquer atividade humana inteligente, em sua execução, ativa todas as inteligências.
Podemos, a partir de Gardner citado por Veiga e Garcia27, classificá-las como:
Inteligência linguística – Capacidade universal da fala, característica da espécie humana. Expressa-se em todos que utilizam de forma criativa as palavras com a língua corrente e com a linguagem oral ou escrita, características estas presentes em poetas, oradores, professores, advogados, entre outros.
Inteligência lógico-matemática – Os componentes centrais dessa inteligência são descritos por Gardner como uma sensibilidade para padrões, ordem e sistematização. É a habilidade para explorar relações, categorias e padrões por meio da manipulação de objetos ou símbolos, e para experimentar de forma controlada; é a habilidade para lidar com séries de raciocínios, para reconhecer problemas e resolvê-los. É a inteligência característica de matemáticos, cientistas, engenheiros, entre outros.
Inteligência musical – Manifesta-se como habilidade para apreciar, compor ou reproduzir uma peça musical. Inclui discriminação de sons, habilidade para perceber temas musicais, sensibilidade para ritmos, texturas e timbre, e habilidade para produzir e/ou reproduzir música. Este é o tipo de inteligência presente em compositores, maestros e músicos.
Inteligência espacial – Gardner descreve a inteligência espacial como a capacidade para perceber o mundo visual e espacial de forma precisa. É a habilidade para manipular formas ou objetos mentalmente e, a partir das percepções iniciais, criar tensão, equilíbrio e composição, numa representação visual ou espacial. É a inteligência dos artistas plásticos, engenheiros e arquitetos.
Inteligência sinestésica – Refere-se à habilidade para resolver problemas ou criar produtos pelo uso do corpo ou de parte dele. É a habilidade para usar a coordenação grossa ou fina em esportes, artes cênicas ou plásticas no controle dos movimentos do corpo e na manipulação de objetos com destreza.
Inteligência interpessoal – Pode ser descrita como uma habilidade para entender e responder adequadamente a humores, temperamentos, motivações e desejos de outras pessoas. Ela é melhor apreciada na observação de psicoterapeutas, professores, políticos e vendedores bem sucedidos.
Inteligência intrapessoal – É o correlativo interno da inteligência interpessoal, isto é, a habilidade para ter acesso aos próprios sentimentos, sonhos e ideias, para discriminá-los e lançar mão deles na solução de problemas pessoais. É o reconhecimento de habilidades, necessidades, desejos e inteligências próprias, a capacidade para formular uma imagem precisa de si próprio e a habilidade de usar esta imagem para que funcione de forma efetiva.
Inteligência naturalista – É a competência que permite o reconhecimento e a categorização dos objetos naturais, a flora, a fauna, além de fazer distinções coerentes no mundo natural e usar essa capacidade de maneira produtiva. Essa competência é encontrada em biólogos, botânicos, zoólogos, entre outros.
A compreensão dessa maneira de entender a inteligência humana, ou seja, a capacidade do homem de buscar conhecimento e se apropriar daquilo que seu contexto oferece para se desenvolver requer do educador um novo posicionamento e uma nova visão de homem e de mundo, que pressupõe uma quebra de estereótipos conservadores e tradicionais.
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