4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O entendimento sobre o que é doença mental, ainda nos dias de hoje é muito amplo. Podemos perceber que muitas pessoas, apesar de todas as informações existentes ainda confundem o real conceito de doença mental.
Para que se possa compreender a doença mental, é necessário considerar o bem-estar subjetivo, a auto-eficácia percebida, a autonomia, a competência, a dependência intergeracional e a auto-realização do potencial intelectual e emocional da pessoa. De um modo geral, é consenso entre os profissionais da saúde que a saúde mental é algo que vai além da ausência de perturbações mentais, uma vez que o funcionamento mental tem uma base fisiológica e está indissociavelmente ligado ao funcionamento físico e social de um sujeito (Organização Mundial da Saúde - OMS, 2001).
Entende-se que o paradigma tradicional deve ser quebrado, mas para isso é necessário que o correto entendimento do conceito de doença mental seja feito. De acordo com os vários autores explorados neste artigo, pode-se notar que doença mental é muito mais complexo do que muitos pensam, mas que mesmo nestas condições, um individuo pode sim ter uma vida normal, livre de preconceitos e inserir-se normalmente no ambiente de trabalho.
Embora já tenha evoluído muito a concepção de doença mental ainda é carregada de preconceito e senso comum. As doenças mentais devem ser encaradas do mesmo modo como se olha para as doenças físicas.
A depressão, por exemplo, é uma condição médica comum, crônica e recorrente que está frequentemente associada a incapacitação funcional e comprometimento da saúde física. Os pacientes deprimidos apresentam limitação da sua atividade e bem-estar além de uma maior utilização de serviços de saúde. Apesar de ser classificada como doença, o termo “depressão” tem sido empregado pela população tanto para designar um estado afetivo normal (a tristeza), quanto um sintoma ou uma síndrome.
Podemos citar a depressão como uma das psicopatologias mais frequentes nos dias de hoje, tanto que tem sido um dos temas mais debatidos na área da saúde atualmente.
Com a realização deste trabalho, com certeza ficou mais claro, o quanto este assunto muitas vezes tem um entendimento por parte das pessoas, muito superficial.
Acredita-se que, com a intervenção realizada à turma de Odontologia Nível V da faculdade Ideau de Getulio Vargas, possibilitou-se a esses acadêmicos uma sensibilização quanto ao Transtorno Depressivo, psicopatologia esta muito comum nos dias atuais, e que certamente estará presente na vida profissional destes.
Aproximar a Psicologia da Odontologia ou vice-versa é uma ação relativamente recente no Brasil. Certamente tal ação propiciaria um melhor e mais integrado relacionamento profissional-paciente, permitindo um diagnóstico global que envolve sintomas somáticos e psicológicos que necessitam ser correlacionados e avaliados.
Outro ponto relevante quando falamos em depressão e saúde bucal, é que muitos antidepressivos têm como efeito colateral a redução do fluxo salivar, devido aos efeitos anticolinérgicos. A hipossalivação nestes pacientes pode incrementar a incidência de cáries, infecções e fissuras nos cantos dos lábios. Dado este que deve ser levado em consideração pelos profissionais da Odontologia quando tratando-se de pacientes depressivos.
A conduta e a abordagem de pacientes com depressão são muito delicadas, principalmente quando emoções muito intensas, como a tristeza, melancolia, frustração e raiva, são expressadas. Como profissional da área da saúde, é importante lembrar que isso faz parte de uma condição, não devendo ser relacionado a uma opinião pessoal.
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