Figura 1. Modelo quadridimensional de Arquitetura Cognitiva
Fonte: Elaboração dos autores.
Neste modelo quadridimensional, evidenciam-se as várias dimensões e as relações possíveis entre essas dimensões do processo cognitivo. Nesta Arquitetura Cognitiva proposta, a aprendizagem pode ser entendida como um ciclo iniciado pelos processos de Percepção (P), no qual o sujeito assimila e interpreta novos dados, utiliza sua memória para refletir sobre experiências passadas e construir assim uma Representação (R). Em seguida, o sujeito toma decisões, planeja e age, com base nas mudanças provocadas nos seus modelos mentais, processo denominado Cognição (C). Essas mudanças, ou saídas, por sua vez, podem ser interpretadas como ações motoras, gestos, produções linguísticas, entre outras (A).
As relações entre os possíveis componentes desse ciclo de aprendizagem são de natureza cronológica e causal. Desse modo, as relações P-R e R-P iniciam-se com os processos de Percepção, que resultam em uma transformação dessas percepções em Representações (R), ou modelos mentais, armazenadas com os modelos mentais já existentes na memória. Essas representações agem, por sua vez, sobre os processos de Percepção.
Por outro lado, essas relações demonstram que episódios insatisfatórios de situações e informações podem propagar entraves ao acessar as representações armazenadas na memória do sujeito. As relações R-C e C-R iniciam-se com as consequências provocadas nas Representações, ou modelos mentais, e terminam com uma mudança, identificada como Cognição ou aprendizado. Isto é, após a tomada de decisão, de planejamento ou de solução de problemas, podemos observar que essas mudanças de comportamento do sujeito provocam novas representações em suas memórias. Essas relações também revelam que mudanças comportamentais podem decorrer dessas representações.
As relações C-A e A-C, por sua vez, começam com o aprendizado, ou Cognição, e encerram-se com a identificação de Ações solicitadas pelos processos cognitivos. Ou seja, após a identificação da Cognição, podemos constatar a possível existência de Ações, ou comportamento motor, gestos e produções linguísticas, entre outras. Por outro lado, essa relação evidencia que a Cognição pode influenciar o desenvolvimento de comportamentos motores ou outras Ações do sujeito, e vice-versa. Por fim, as relações A-P e P-A originam-se de uma demonstração de Ações e terminam com a identificação de novos processos de Percepção. Ou seja, novos processos de Percepção podem ser identificados para o sujeito envolvido no ciclo de aprendizagem. Identifique-se aqui que essa relação evidencia, por sua vez, que os obstáculos enfrentados na construção de Ações podem restringir o processo de Percepção, por falta de informações necessárias, por exemplo. O processo de Percepção, por sua vez, pode influenciar a realização de Ações, advindas da aprendizagem, ou seja, a Cognição.
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