Processo de transferência:
O paciente revive situações passadas, geralmente recalcadas, no momento com o analista.
Dá-se uma transferência de emoções e sentimentos como desejos, ciúmes, inveja, ódio, ternura e amor, que no passado eram dirigidos a outra pessoa, para o analista.
O analista interpreta e, através da interpretação, explica ao paciente a ligação das emoções transferidas com acontecimentos do passado.
Atos falhados:
Eventos (erros e lapsos de fala e do funcionamento psíquico) em que o resultado obtido não é o resultado esperado, existe um desvio para uma outra atividade.
Cada ato falhado traz consigo uma intenção considerada como uma “mensagem” do inconsciente.
Através dos atos falhados o analista pode encontrar pistas de recalcamentos e desejos inconscientes, por vezes causas de patologias.
Mecanismos de defesa do ego:
Processos subconscientes desenvolvidos pela personalidade que possibilitam à mente desenvolver uma solução para lidar com conflitos e frustrações a nível da consciência. Para Freud o termo “defesa” deveria ser utilizado para “todas as técnicas que o ego utiliza em conflitos que podem levar a neurose”.
Recalcamento - o sujeito envia para o seu id as pulsões, desejos e sentimentos que não pode admitir no seu ego. Conteúdos recalcados (sonhos, atos falhados, lapsos de linguagem)
Regressão – frente a uma frustração o sujeito adota atitudes, comportamentos ou modos de pensar característicos de um estádio de desenvolvimento anterior.
Ex.: nascimento de um irmão pode originar birras, cenas de ciúmes, uma criança que já esta habituada a fazer chichi no bacio/sanita passa a fazê-lo onde não deve.
Racionalização – o sujeito justifica o seu comportamento através de argumentos racionais, retirando o aspeto emocional de uma situação frustrante.
Ex.: um irmão explica de forma racional porque bateu noutro.
Projeção – o sujeito atribui aos outros (sociedade, pessoas ou objetos) desejos, ideias ou características que não admite em si próprio.
Ex.: a boneca é má; aquela pessoa odeia-me.
Deslocamento – o sujeito transfere pulsões e emoções do seu objeto natural, mas que não e facilmente aceite, para um objeto substituto.
Ex.: o pai chega a casa irritado com o dia de trabalho e a criança ao assistir descarrega a angústia, raiva na boneca.
Formação reativa – o sujeito resolve o conflito entre os valores e as tendências consideradas inaceitáveis, apresentando comportamentos opostos as pulsões.
Ex.: uma pessoa ser amável com alguém que odeia; um sujeito afasta-se de quem gosta.
Sublimação – o sujeito substitui o fim ou o objeto das pulsões de modo a que essas se possam manifestar em modalidades socialmente aceitáveis.
Ex.: um piromaníaco torna-se bombeiro de maneira a ter uma relação diferente com o fogo.
Fatores importantes sobre os mecanismos:
São escolhidos inconscientemente pelo individuo
Atuam conforme a natureza da situação e das características da personalidade do sujeito
Mesmas situações podem desencadear mecanismos de defesa diferentes em indivíduos diferentes.
O uso prolongado e excessivo de mecanismos pode torna-los desadequados em situações do nosso dia-a-dia.
Podem ser frustrados tornando, assim, o conflito ainda mais intensificado.
Quando os mecanismos falham, podem ocorrer transformações mais agressivas no comportamento.
Contributos para a psicologia
Freud distingui três níveis de consciência, deu importância sobretudo o estudo das forças inconscientes que motivam o comportamento humano e desenvolveu a psicanálise
Freud fez-nos tomar consciência dos pensamentos e emoções inconscientes, da ambivalência das relações precoces de pais e filhos e da presença de pulsões sexuais.
Ao demonstrar o “dinamismo interno” de cada um de nos, onde uma parte representa personagens de desejos reprimidos, faz-nos aperceber que mesmo estando sozinhos, agimos psiquicamente em grupo, ou seja, o entendimento do psiquismo de um individuo contribui para o entendimento do funcionamento de um grupo.
Faz do social um agente formador e transformante.
Psicoterapia em grupo.
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