Sigmund Freud
Freud apresenta o inconsciente como elemento integrante da estrutura do psiquismo ou da mente humana.
Modelo do Psiquismo:
Freud considerava o psiquismo humano semelhante a um iceberg, em que uma gigantesca parte imersa (inconsciente) sustenta a pequena parte que emerge à superfície (consciente).
Consciente – constituído por noções, imagens e lembranças que a pessoa é capaz de voluntariamente evocar e controlar segundo as suas necessidades, os seus desejos ou as suas exigências sociais.
Inconsciente – formado por instintos, pulsões e desejos socialmente inaceitáveis, mas que a todo o momento exercem pressão para se manifestar. O inconsciente é a base do consciente, estando nele depositados todos os motivos e impulsos biológicos, garantia de sobrevivência individual e da espécie. O conjunto de pulsões e desejos inconscientes possuem um dinamismo próprio, cujo papel na determinação do comportamento é superior ao dos fenómenos conscientes. Esta é a grande “novidade” de Freud, o inconsciente como o aspeto mais significativo, considerando nele residir a explicação da mente e das condutas humanas, a consciência é destronada pelo inconsciente que vai conduzir uma inédita do “eu” ou da personalidade.
Para Freud a mente do ser humano era constituída por três estruturas, a que chamou instâncias do eu: id, superego e ego.
O id é uma componente inata, básica e primitiva, totalmente inconsciente, age segundo o princípio do prazer. No id gera-se a energia psíquica, isto é, a força ativadora do comportamento humano a que Freud chamou de libido (carácter afetivo-sexual). Também nele se geram duas categorias de “instintos” humanos: o eros (instinto de vida, presente na satisfação de necessidades básicas como o alimento e o sexo) e o thanatos (instinto de morte, presente em todos os comportamentos de defesa que implicam agressão e destruição)
O superego forma-se por volta dos 5/6 anos, através da interiorização dos valores, das regras e das proibições impostas. O superego, ao contrário do id, é de natureza social e moral, representando a componente ideal da personalidade humana. Esta instância é, também, uma espécie de guardião moral, tendo por função impedir a manifestação das pulsões socialmente inaceitáveis, recalcando-as.
O ego nasce do impacto entre o id e os factos reais que o impedem de obter prazer de modo imediato. Opera de acordo com o principio da realidade, modera a impulsividade do id. Torna-se um mediador entre as solicitações do id e as exigências do superego. O ego é uma estrutura racional, é a instância executiva da personalidade, assim, seleciona as situações a que a pessoa deve responder, controla a ação e decide de que modo as necessidades e os desejos podem ser satisfeitos.
Conflito intrapsíquico:
ID
“Eu quero isso agora!”
SUPEREGO
“Pessoas bem formadas não fazem isso”
Conflito
EGO
“Talvez consigamos chegar a um acordo”
As pressões opostas exercidas pelo id e pelo superego geram um conflito suscetível de criar ansiedade.
Para enfrentar a ansiedade, as pessoas recorrem a diversas modalidades de ação que Freud designa como mecanismos de defesa do ego / eu.
O equilíbrio interno da pessoa e a sua adaptação social dependem da sua capacidade para usar os mecanismos que melhor protejam a sua integridade psicológica.
Estádios de desenvolvimento:
Freud atribui grande importância aos estádios de desenvolvimento.
Existem 5 estádios: oral, anal, fálico, latência e genital
Oral:
Do nascimento aos 12/18 meses de idade
Fontes de prazer: boca, lábios e língua.
Manifestações: mamar, comer e morder.
Conflitos: a grande causa de conflitos neste estádio é a altura do desmame. A partir daqui, as características da personalidade poderão ser:
Otimismo – quando a criança ultrapassa o conflito
Pessimismo – quando a criança deixa de mamar muito cedo. Neste caso as consequências na personalidade da criança podem manifestar-se de variadas maneiras. Pode gerar impaciência, inveja, agressividade, a criança pode criar aversão ou repugnância a certos objetos devido a privação a experiências neste estádio, assim como, deixar de comer.
Anal:
Dos 12/18 meses aos 3 anos de idade
Fontes de prazer: ânus
Manifestações: reter, expulsar e controlar
Conflitos: quando a criança está na fase de treino. Iniciam-se as idas ao bacio e, com isso, duas possíveis situações:
Retentivo anal – é o célebre caso ‘não quero!’ ‘faço quando quiser’. Este caso pode causar na personalidade avareza, obstinação, a ordem compulsiva e a meticulosidade. Embora haja mais ordem nesta situação, a criança acaba por se sentir mais controlada e por isso recusa-se a ‘obedecer’ ao que lhe é dito.
Expulsivo anal – nesta situação a criança não tem problemas na expulsão. Não existe ordem nem treino, criando desta forma a crueldade, a destruição, a desordem e a desarrumação. A criança faz o necessário quando quer.
Fálico:
Dos 3 aos 5/6 anos de idade
Fontes de prazer: órgãos genitais
Manifestações: Exploração do próprio corpo e o dos outros através do toque.
É neste estádio que se forma o superego.
Conflitos: o conflito estará presente no complexo de Édipo, no caso masculino, e no complexo de Electra, no caso feminino. Estes complexos são importantes na formação da personalidade porque se baseiam na independência por parte dos rapazes e das raparigas em relação aos pais. Desta fase poderão advir o orgulho, a promiscuidade, a humildade, a sedução, a timidez ou a castidade. Tudo isto é definido pelo superego.
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