O papel da Universidade diante do contexto de abuso de drogas por universitários
Os princípios elaborados na conferência mundial de educação superior, realizada em Paris de 5 a 9 de outubro de 1998, apontam como artigo primeiro das missões e funções da educação superior educar para a cidadania, capacitar e desenvolver pesquisas. (Pereira, 1999)
Esta ênfase no educar para a vida remete-se aos direitos humanos de uma vida plena e ativa na sociedade, incluindo a democracia, a paz, o contexto de justiça, a ética e a responsabilidade individual e coletiva dos seres humanos. Aponta para a articulação entre formação da pessoa humana e construção de conhecimentos científicos para o avanço da humanidade e da ciência. Tal perspectiva inaugura a função da Universidade como espaço democrático e emancipatório dos sujeitos. Baseada, também, nesses princípios, a atual Lei de Diretrizes e Bases do Ensino Nacional (LDBEN – 9394\96) privilegia, pelo menos teoricamente, a formação integral do educando postergando a formação meramente técnica, sendo o professor o principal agente desse desenvolvimento1.
Vista a educação pela formação integral, pode-se dizer que o papel da universidade ultrapassa a sua condição de produtora de conhecimentos técnico-científicos, constituindo-se num locus de formação de humanidades, o que implica em estar atenta às questões relacionadas às experiências existenciais de seus alunos; o que inclui, na atualidade, o fenômeno do abuso de drogas entre os universitários. Para abarcar tal dimensão, estudos atuais vêm apontando que a abordagem mais viável é a priorização de políticas democráticas, multidimensionais e interdisciplinares, que apontem para o contexto real dos atores sociais, com a utilização de discursos e práticas não autoritários, discriminatórios ou alarmistas.
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