APRECIAR A ARTE É CONSTRUIR NOVOS OLHARES
Como se nota a presença da Arte? Ela pode ser reconhecida sempre que desperta a idéia ou o sentimento do belo. Gerações de estudiosos tentaram definir qual essa idéia e qual esse sentimento. Mas nenhum deles foi capaz de dar uma explicação justa e completa. É que as manifestações do belo na Arte são muito variadas e, além disso, seu conceito é bastante flexível; muda conforme o meio, o momento histórico, a cultura de um povo.
A Arte como manifestação humana está presente na vida das pessoas, tanto nas manifestações artísticas em si como nos objetos de seu cotidiano.
Os conhecimentos artísticos e estéticos são necessários para que a leitura e a interpretação do mundo sejam consistentes, críticas e acessíveis à compreensão.
Atualmente é papel fundamental da educação a formação do cidadão. Partindo disso, a Arte, enquanto disciplina nas escolas de ensino fundamental, a partir dos Parâmetros Curriculares Nacionais, elaborados com o objetivo de potencializar as habilidades de cada educando, respeitando sua individualidade e levar o professor a refletir sobre a importância do trabalho com as quatro linguagens da Arte (Arte Visual, Música, Dança Teatro). A área de Arte dentro dos PARAMETROS CURRICULARES NACIONAIS (BRASIL, 1998), situa-se como um tipo de conhecimento que envolve a experiência de aprender por meio de obras originais, de reproduções e de produções sobre Arte, tais, como textos, vídeos gravações, entre outros, como aprender o fazer artístico. Ou seja, entende-se que aprender Arte envolve não apenas uma atividade de reprodução de produção artística, mas também compreender o que se faz e o que os outros fazem pelo desenvolvimento da percepção humana e como conjunto de relações.
Fazer Arte e pensar sobre o trabalho artístico que realiza, assim como sobre a Arte, que foi concretizada na história pode garantir uma situação de aprendizagem conectada com os valores e os modos de produção artística nos meios sócio-culturais.
Ensinar Arte em consonância com os modos de aprendizagem , significa, então, não isolar a Escola da informação sobre a produção histórica e social da arte e, ao mesmo tempo, garantir ao aluno a liberdade de imaginar e edificar propostas artísticas pessoais ou grupais com base em intenções próprias. E tudo isso integrado aos aspectos lúdicos e prazerosos que se apresentam durante a atividade artística.
A função da Arte na Escola, é ensinar a ver, e por isso é preciso desencadear um processo de formação dos sentidos, pois os objetos, mais do que vistos, precisam ser compreendidos em seus significados. Para tanto, é necessário um trabalho contínuo e sistemático com a produção cultural que inclui, sem se restringir a elas, as obras de arte como via de familiarização cultural por meio do domínio dos conhecimentos artísticos sistematizados na forma de história da arte.
Apreciar arte não é abrir mão da sua inutilidade. Uma das chaves que nos auxiliam a dialogar com a obra-de-arte é saber que esse objeto não se prende a uma função utilitária.
A arte não cumpre uma função utilitária . Ela é forma de conhecimento, e desse modo, pode não só revelar as contradições da sociedade, prestando-se a uma crítica social, como também reverter ou representar tanto a vida interior do homem como a cultura. É ainda uma forma de trabalho criador e de expressão, mas para que seja linguagem artística é preciso acrescentar novos ingredientes a esta forma de expressão. Além disso, a arte também pode proporcionar prazer.
Pesquisas mostram que as pessoas reagem de maneira diferente às obras de arte porque as entendem de forma diferente – elas têm concepções distintas quanto ao que deveria ser uma obra de arte, quanto às suas características, quanto à forma correta de julgá-la – e tudo isso afeta profundamente a sua forma de agir, mesmo que não seja de maneira consciente. Ela também declara que há uma sequência (estágios) de desenvolvimento comum a todos os indivíduos, que se manifesta ou não de acordo com as oportunidades às quais eles têm acesso.
Parson afirma ser fundamental conhecermos o que as pessoas têm, em mente quando falam de arte, e que só compreenderemos bem uma pessoa quando formos capazes de compreender os pressupostos dos quais ela faz parte.
Principais idéias de cada estágio:
Primeiro estágio - aceitação de tudo sem distinção entre o que é ou não é relevante. Não há mais a consciência do ponto de vista dos outros.
Segundo estágio - a idéia dominante neste estágio é o tema. A relação sujeito/obra organiza-se em torno da idéia da representação. Há o reconhecimento implícito do ponto de vista do outro.
Terceiro estágio - a perspectiva agora é a expressividade, a observação da obra é feita buscando a experiência que ela pode proporcionar, e quanto mais intensa e interessante a experiência melhor será o quadro.
Quarto estágio - a obra passa a existir num espaço público e há entre as pessoas sobre suas opiniões e processos de apreensão estética. Manifesta-se a capacidade de relacionar diferentes obras e estilos. A significação da obra passa a ser aquilo que o grupo consegue dizer discursivamente a respeito dela e é mais do que aquilo que cada pessoa é capaz de aprender em determinado momento.
Quinto estágio - o juízo é considerado ao mesmo tempo pessoal e social, mas a responsabilidade do juízo pertence ao sujeito, uma responsabilidade com o outro. É possível agora a percepção de que as perspectivas tradicionais podem ser enganadoras, e também, a compreensão da arte
Compartilhe com seus amigos: |